Ildislene Santana (DEM), prefeita de Caseara, foi levada para delegacia após arma ser encontrada na casa dela.
A prefeita de Caseara do Tocantins, Ildislene Santana (DEM), foi afastada do cargo nesta terça-feira (5) durante uma operação da Polícia Civil que investiga fraude em licitações. O vice-prefeito Francisco Neto (PTB), secretários municipais e o presidente da Câmara, Cleber Pinto Cavalcante (DEM), também foram afastados.
A prefeitura afirmou, em nota, que está contribuindo com as investigações. A defesa de Idislene Santana afirmou que não houve prisão e aguarda habilitação no processo. O advogado do presidente da Câmara dos Vereadores disse que vai recorrer do afastamento.
A operação é realizada pela 6ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (DEIC). Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão na sede da prefeitura e em endereços dos investigados.
Também foram executados 15 mandados de afastamento da função pública, 20 medidas cautelares e recolhimento de fianças totalizando R$ 1,6 milhão. Todas as ordens foram emitidas pelo Tribunal de Justiça.
Dentre os secretários foram fastados os titulares das secretarias de Saúde, Educação, Finanças, secretaria de governo, Infraestrutura e obras, além de outros servidores públicos.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), durante a operação também foram encontradas armas e munições na casa de secretários e da prefeita. Eles foram levados para a delegacia. A advogada da prefeita disse que a cliente só foi encontrada com munições.
Caseara fica na região oeste do estado e tem uma população de 4,8 mil pessoas, segundo o último censo do IBGE. Este é o segundo mandato consecultivo de Ildislene na prefeitura da cidade. Nas últimas eleições municipais ela foi eleita com 80% dos votos.
A investigação da Polícia Civil apura contratos para locação de veículos feitos em 2017 pelas secretarias de Saúde e Educação. A polícia acredita que a locadora seja uma empresa fantasma que foi criada em 2016, logo após a prefeita vencer as eleições do seu primeiro mandato.
Os contratos finalizaram em 2021. Há indícios de fraude em licitações, uso de documentos falsos e superfaturamento. Segundo a polícia, a empresa sequer possuía frota suficiente para atender a demanda.
Durante o perído investigado, foram movimentados mais de R$ 23 milhões.