Este é o segundo ano de ações fiscalizatórias específicas para coibir crimes ambientais no período que antecede a colheita do capim-dourado.
O Governo do Tocantins deu início na sexta‑feira, 1º, à edição 2025 da Operação Capim-Dourado, em evento realizado no povoado quilombola Mumbuca, localizado no Parque Estadual do Jalapão (PEJ), Unidade de Conservação (UC) sob gestão do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins). A ação é coordenada pelo Instituto e mobiliza vários órgãos de governo para coibir ilegalidades, proteger o Cerrado e garantir o manejo sustentável do capim-dourado e do buriti.
A operação visa combater coleta e transporte ilegais da matéria-prima, práticas de biopirataria e incêndios florestais em áreas de Cerrado, de modo a assegurar a sustentabilidade da cadeia produtiva e preservar a cultura local, cujo artesanato produzido pelas comunidades tradicionais é a principal fonte de renda das famílias que vivem nestes territórios.
Para o gerente de Fiscalização do Naturatins, Cândido José dos Santos Neto, a operação reforça o compromisso com as comunidades locais. “A Operação Capim-Dourado é o compromisso do Governo com as comunidades tradicionais, que tem o artesanato do capim-dourado como fonte de renda. Estamos unindo forças para garantir que a coleta ocorra dentro do que estabelece a legislação, o que protege biodiversidade e cultura,” afirmou Cândido.
Representante das comunidades artesãs, a presidente da Associação do Mumbuca, Silvanete da Silva, conta que a operação traz alívio e reforça a tradição artesanal local. “Vejo esta ação como fundamental. Quando a fiscalização está presente, garantimos que nosso trabalho artesanal seja valorizado e que nossa renda não seja ameaçada por práticas ilegais. Ano passado foi um sucesso, a gente chegou no campo e o nosso capim estava todo lá, intacto. As pessoas não tiraram fora da época, não queimaram, e esse ano a gente torce que tenha esse resultado brilhante que teve em 2024,” disse Silvanete da Silva.
Sobre a operação
A operação acontece pela segunda vez com o objetivo de garantir que a colheita aconteça dentro do prazo permitido, de 20 de setembro a 30 de novembro, e prevenir irregularidades.
A força-tarefa reúne Naturatins, Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), Grupo de Operações Aéreas (GRAER), Corpo de Bombeiros Militar, Secretaria de Turismo (Setur), Secretaria de Segurança Pública (SSP) e Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot). A fiscalização é realizada nos municípios de Mateiros, Novo Acordo, Ponte Alta do Tocantins e São Félix do Tocantins (Jalapão); Santa Tereza e Tocantínia (região central); e Dianópolis, Rio da Conceição, Novo Jardim e Pindorama (sudeste).
Legislação e canais de denúncia
A Lei Estadual nº 3.594/2019 dispõe sobre a exigência de licença ambiental para manejo e coleta do capim-dourado e buriti, além de proibir o transporte de material in natura para fora do estado. Infrações podem resultar em advertências, multas, apreensões e perda de licença ambiental.
Para denúncias de práticas ilegais, são disponibilizados o Linha Verde pelo 0800 063 1155 e o Zap Linha Verde, apenas para mensagem de texto pelo WhatsApp (63) 99106‑7787. Em ambos os canais, o anonimato é garantido.