Ministério Público faz vistoria no Hospital Dona Regina após morte de grávida e bebê

Após denúncias sobre a morte de Karle Cristina Vieira Bassorici e seu bebê, o Ministério Público do Tocantins realizou vistoriais no Hospital e Maternidade Dona Regina, nesta quinta-feira (31). Durante a ação, o promotor Thiago Vilela solicitou cópias de prontuários médicos e outras documentações. Karle estava com 38 semanas de gestação e teve complicações durante o parto.

Conforme a família, Karle foi ao Dona Regina na noite de terça-feira (29) por volta das 21h30, com queixa de febre e dores lombares. Ela recebeu medicação e foi liberada. No dia seguinte ela voltou ainda com dores, mas desta vez com sangramento. Foi feito o parto, mas o bebê já estava morto, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. Karle morreu horas depois.

O Ministério Público informou que a vistoria busca identificar possíveis falhas na prestação de serviços do hospital e ausência de especialistas. O promotor solicitou relatórios das Comissões de Óbito e de Ética Médica e documentos da Corregedoria do Dono Regina relacionados ao falecimento da gestante.

O MP também pediu informações sobre o número de profissionais de saúde na maternidade, que possuem especialidades de obstetrícia e pediatria, a escala de plantonistas e o número mensal de atendimentos, detalhando os partos realizados. A diretoria da unidade tem 15 dias para enviar as informações solicitadas.

O promotor também esteve na sede da SES, onde o secretário Carlos Felinto Júnior, informou quais medidas tem tomado sobre o assunto e anunciou que o aumento nas indenizações aos plantonistas, que está previsto para ser publicado no Diário Oficial desta quinta-feira.

Morte de grávida

Karle era técnica em enfermagem e tinha 30 anos. Ela e seu marido esperavam a chegada de seu filho, Lorenzo. A família afirma que no dia em que ela foi atendida no hospital, a médica não solicitou exames para identificar as causas da febre, nem o estado clínico da mãe e do bebê.

“A família está desolada e entende que é fundamental esclarecer os fatos de maneira adequada. Para tanto, foi registrado um boletim de ocorrência, no qual o caso está sendo tratado como homicídio culposo”, afirma o advogado Breno Vieira.

Depois de apresentar sangramentos, a Karle foi encaminhada para o centro cirúrgico, pois os batimentos cardíacos do bebê estavam fracos e o parto foi realizado às 7h45. O prontuário do atendimento não foi entregue para a família.

A família contesta a informação de que Lorenzo era natimorto. De acordo com o advogado, inicialmente eles foram informados que o bebê nasceu com vida e tinha sido submetido a procedimentos de reanimação. Em seguida, a equipe médica relatou o óbito do recém-nascido, mas mesmo assim foi feita uma certidão de natimorto.

Ainda segundo o advogado, o Hospital informou que o corpo de Karle seria encaminhado para o Serviço de Verificação de Óbitos. A família questionou a decisão e pediu que fosse encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), para que os exames necroscópicos apontassem a causa da morte dela. Por isso, foram orientados a registrar o boletim de ocorrência.

Conforme a Secretaria de Segurança Pública, o prazo legal para apresentação dos laudos é de dez dias, podendo ser prorrogado caso haja a necessidade de outros exames para determinar a causa da morte.

O que diz a SES

A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) lamenta profundamente o falecimento da paciente Karle Cristina Vieira Bassorici e seu recém-nascido, ocorrido na quarta-feira, 30, no Hospital e Maternidade Dona Regina Siqueira Campos (HMDR).

A SES-TO esclarece que a referida paciente foi acolhida no HMRD, na terça-feira, 29, às 22h02 quando foi avaliada e recebeu alta hospitalar, sob a orientação de retornar ao local em caso e alteração do quadro clínico.

A SES-TO destaca que na quarta-feira, 30, às 6h48, a paciente retornou, quando foi avaliada, fez o parto às 7h45 e após o procedimento agravaram-se os quadros clínicos e mesmo com todos os esforços da equipe multiprofissional, lamentavelmente foram a óbito.

A SES-TO pontua que todos os trâmites internos da unidade hospitalar foi efetuada e aguarda o relatório do Instituto Médico Legal (IML), para onde o corpo da paciente foi encaminhado, para tomar as medidas cabíveis.

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