Principais nações do G7 unem forças em prol da segurança alimentar mundial

Os líderes do Grupo dos Sete comprometeram-se a intensificar os esforços contra a desnutrição global, de acordo com um projeto de declaração divulgado nesta sexta-feira (14), salientando que a invasão da Ucrânia pela Rússia tinha “agravado” os problemas alimentares do mundo.

A Iniciativa de Sistemas Alimentares da Puglia (ISAP) do G7 – nomeada em homenagem à região do sul de Itália que acolhe a cúpula dos líderes – terá como objetivo “superar barreiras estruturais à segurança alimentar e nutricional”, de acordo com o projeto.

A iniciativa focará nos países de baixo rendimento e apoiará projetos na África, uma das principais prioridades da presidência rotativa da Itália no G7 este ano.

A primeira-ministra Giorgia Meloni anunciou um plano italiano emblemático para ajudar a África no início deste ano e afirmou repetidamente que o apoio ao continente é essencial para resolver a causa profunda da migração ilegal para a Europa.

As potências ocidentais também se comprometeram a trabalhar em conjunto para “melhorar o espaço fiscal para a segurança alimentar”, nomeadamente reduzindo os custos dos empréstimos para as nações mais pobres através de mecanismos como as trocas de dívidas.

As trocas de dívida por natureza são instrumentos financeiros através dos quais a dívida de um país em desenvolvimento é cortada em troca da proteção de ecossistemas vitais.

A iniciativa ISAP, cujos detalhes serão acordados pelos ministros do desenvolvimento dos países do G7 nos próximos meses, atraiu críticas de grupos agrícolas africanos que afirmaram não ter sido consultados.

“Faltam organizações de agricultores familiares que não estiveram envolvidas, embora os pequenos produtores sejam fundamentais para o seu sucesso”, disse Ibrahima Coulibaly, Presidente da Rede de Camponeses e Produtores Agrícolas da África Ocidental.

“E falta um plano para garantir que o financiamento angariado chegue aos agricultores familiares e apoie uma mudança para abordagens mais diversificadas e amigas da natureza, que são fundamentais para a adaptação. O G7 precisa urgentemente de preencher estas lacunas”.

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