Doença é a principal causa de cegueira irreversível após os 60 anos e exige atenção para sinais de alerta.
A população do Tocantins está envelhecendo rapidamente. Dados do último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o número de idosos no estado aumentou 62% em relação ao levantamento anterior. Hoje, quase 185 mil pessoas já fazem parte da terceira idade. Com esse novo perfil populacional, surgem preocupações específicas na área da saúde, e uma delas é a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), principal causa de cegueira irreversível em pessoas acima dos 60 anos, segundo o Ministério da Saúde.
A pasta do governo federal projeta ainda que o Brasil terá, até 2050, a quinta maior população idosa do mundo, com cerca de dois bilhões de pessoas nesse grupo. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) estima que, até 2030, quase 900 mil brasileiros estarão convivendo com a DMRI. A doença compromete a visão central, dificultando tarefas básicas do dia a dia, como ler, dirigir e até reconhecer rostos.
Para a oftalmologista do Hospital de Olhos de Palmas (HOP), Dra. Lorena Dupin, os sintomas muitas vezes passam despercebidos no início, o que atrasa o diagnóstico. “Essa é uma doença silenciosa no começo, por isso muitas vezes o diagnóstico acontece tarde. Quanto antes for identificada, maiores são as chances de preservar a visão já que o problema tende a se agravar com o passar do tempo”, alertou a médica.
Ainda de acordo com a especialista, apesar de não ter cura, a degeneração macular pode ser controlada na maioria dos casos. “Entre os tratamentos estão as injeções intraoculares, indicadas para os quadros mais graves, além de medidas preventivas que fazem diferença no dia a dia. O primeiro passo é a conscientização. Se a pessoa notar visão embaçada ou distorcida, deve procurar o oftalmologista o mais depressa possível”, acrescentou. Além disso, a orientação é realizar pelo menos um check-up oftalmológico anual.