O socorro imediato é fundamental para evitar sequelas no paciente.
O Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido como derrame, ocorre quando o fluxo sanguíneo para o cérebro é interrompido, o que pode resultar em danos graves às funções neurológicas. É a causa mais frequente de óbito na população adulta no Brasil e uma das maiores causas de morte e incapacidade no mundo. No Dia Mundial do AVC, lembrado na terça-feira, 29 de outubro, a Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins (SES-TO) alerta a população para saber identificar os sinais da doença e buscar cuidados médicos de emergência.
Já o AVC hemorrágico acontece quando há o rompimento dos vasos sanguíneos, provocando hemorragia. Esse subtipo de AVC também pode acontecer pelo entupimento de artérias cerebrais e é mais grave e tem altos índices de mortalidade. Porém, cerca de 30% dos AVCs permanecem sem uma origem definida mesmo após extensa investigação.
O AVC é uma doença tempo-dependente, ou seja, quanto mais rápido o tratamento, maior a chance de recuperação completa. Sendo assim, é primordial a identificação dos sinais de alerta, para reconhecimento de ocorrência de um AVC.
Segundo o médico neurologista do HGP, Marcelo Cabral, “é de extrema importância que o socorro seja feito de forma imediata para que a intervenção médica ocorra a fim de ampliar as chances de sobrevivência e reduzir as sequelas que podem ocorrer no paciente. O tratamento inicial consiste na diminuição do trombo (obstrução) com medicamentos. Após as medidas imediatas, o tratamento também consiste na reabilitação com fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia, conforme necessidade clínica”, explicou.
Sintomas e Sinais
Dentre os principais sinais de alerta estão: fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão, alteração da fala ou compreensão; alteração na visão (em um ou ambos os olhos); alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar e dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.
Fatores de risco:
Algumas condições ou rotina das pessoas podem contar como fatores de riscos para o AVC, são: hipertensão; diabetes; tabagismo; consumo frequente de álcool e drogas; estresse; colesterol elevado; doenças cardiovasculares, sobretudo as que produzem arritmias; sedentarismo; doenças do sangue.
O neurologista ressalta também que existem fatores que podem facilitar o desencadeamento de um AVC, e que esses indivíduos devem ter mais atenção e fazer avaliações médicas mais frequentes. “São casos de pessoas com mais de 55 anos, características genéticas e histórico familiar de doenças cardiovasculares”, disse Marcelo Cabral.
HGP
O Hospital Geral de Palmas (HGP), se tornou referência em atendimento a usuários desta patologia. O hospital dispõe da Unidade de Cuidados Agudos do AVC (U-AVC) com uma equipe multidisciplinar treinada para melhor atender o paciente e prestar assistência contínua ininterrupta (24 horas). O espaço foi criado em 2016 e realiza procedimento com o uso de trombolítico, conforme protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas.
De janeiro a outubro de 2024, foram acolhidos 250 pacientes na unidade. Dessas internações, 208 foram Acidente Vascular Cerebral Isquêmico e 42 Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCH). Na unidade, também foram realizadas 55 trombólises (procedimento que utiliza medicação para dissolver um coágulo).