Gabi nasceu em Maringá, no Paraná, e está participando dos Jogos Olímpicos pela primeira vez.
Gabriela Moreschi foi o primeiro nome a brilhar pelo Brasil nas Olimpíadas de Paris. Na estreia do handebol, a goleira foi o destaque na vitória por 29 a 18 sobre a Espanha, na quinta-feira, com defesas que foram celebradas como gols e que renderam elogios da imprensa internacional.
Aos 30 anos, a paranaense Gabi Moreschi está disputando os Jogos Olímpicos pela primeira vez e comemorou a boa estreia:
— Muito orgulhosa e muito feliz com o nosso time. Foi a realização hoje de um sonho muito grande que eu tinha na minha vida. Estou muito feliz por toda torcida, pela minha família ter estado aqui também, só agradecer todo mundo, muito feliz — disse Gabi Moreschi, em vídeo enviado à RPC, afiliada da Globo no Paraná.
O handebol está no “sangue”: o tio da Gabi Moreschi, irmão da mãe dela, foi atleta profissional da seleção de handebol. A modalidade sempre foi assunto de família, testemunhado por medalhas e fotos. Ela lembra que começou a jogar na linha, nas quadras de Maringá, e depois passou para o gol.
— Sempre tive contato com essas histórias. Lembro que ele tinha uma foto de quando participaram do Pan-Americano de Cuba [em 1991]. Tenho essa lembrança muito viva — contou.
Moreschi começou a carreira aos 16 anos na seleção maringaense de handebol. Foi descoberta em um campeonato amador da cidade por um técnico e recebeu o convite para jogar em Jundiaí, no interior de São Paulo, iniciando a carreira. Em 2015 partiu para a Europa, começando pela Noruega, depois passando por Romênia, França e Alemanha.
Depois de Paris, o próximo time de Gabi será o CSM Bucharest, da Romênia, por duas temporadas.
Dona de 1,90m de altura, Gabi se tornou uma das principais goleiras do handebol mundial. Ela tem no currículo um campeonato norueguês, uma Copa da Noruega, pelo Larvik HK (entre 2016 e 2017), dois campeonatos alemães e uma European League pelo SG BBM Bietigheim (entre 2022 e 2023), além do vice da Champions League deste ano, também pelo time da Alemanha.
Gabi tem oito anos de seleção brasileira. Ela fez parte da conquista do ouro nos Jogos Sul-Americanos de 2018, e foi a melhor goleira dos Jogos Pan-Americanos de 2023. Disputou também os Mundiais de 2017 e 2019.
A goleira acabou ficando fora da lista final das convocadas para as Olimpíadas de Tóquio, que teve Babi Arenhart e Renata Arruda na posição. Apesar da frustração, Gabi relembra que aquele momento serviu de impulso para voos maiores:
— Um dia antes recebi a noticia que não ia junto com o grupo [para a Olimpíada de Tóquio, em 2021]; Foi muito triste na época, mas me fez crescer ainda mais como pessoa, como atleta, e me fez ver que não queria passar por isso de novo — comentou.
Paredão na estreia
Na estreia do Brasil no handebol das Olimpíadas, a goleira fez 14 defesas em 31 tentativas da Espanha, um aproveitamento de 45%. A média dela, que é uma das melhores do mundo, é de cerca de 25% de defesa por partida.
— Eu passei no teste cardíaco, não infarto mais. Chorei muito no ginásio. Vem filme, tudo que ela passou, e o sonho sendo realidade dessa forma, com o ginásio inteiro gritando o nome dela — disse Carla Dias, mãe de Gabi, depois do jogo, à equipe da RPC em Paris.
— Ver a minha filha brilhar e ser reconhecida mundialmente é uma emoção única. Esse dia vai ficar registrado na minha vida pra sempre — comemorou a mãe da goleira.
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Gabi volta à quadra com a seleção brasileira no domingo, às 4h (de Brasília). Além da Espanha, medalhista de bronze em Londres 2012, a chave do Brasil tem a Holanda, campeã mundial de 2021, a França, atual campeã olímpica e mundial, a Hungria, dona de três medalhas olímpicas e um título mundial, e a Angola.
